CARLOS GAZINEO: VOZ DÁDIVA





..."Não estou cantando só
Cantamos todos nós
Mas cada um nasceu
Com a sua voz,

Pra dizer, pra falar
De forma diferente
O que todo mundo sente"...
Ave Maria da Rua (Raul Seixas/Paulo Coelho)


Cantamos todos nós, ou pelo menos possuímos essa capacidade em potencial. Mas algumas pessoas são reconhecidas especialistas nesse ramo. São cantores, cantoras por excelência. Cantar, para certas pessoas, constitui necessidade imprescindível. E por isso mesmo, seguem garantindo a continuidade do canto artístico, para deleite próprio e dos demais mortais, brindando o público com a qualidade primorosa de suas interpretações.
Carlos Vicente Gazineo é sem dúvida uma dessas pessoas. Ao comentar, conversando com ele, algo do tipo "pena você não compor, também, ou tocar um instrumento", fui surpreendido pela sua resposta direta, modesta e clara:
- "Deus só me deu a voz e eu agradeço por tudo. Ela é o meu instrumento".
Senti-me um tanto acanhado, surpreendido pela minha própria tendência natural de fixar-me na multiplicidade, no fascínio pela figura do multi-instrumentista, compositor-arranjador-orquestrador-produtor, que nos dias de hoje torna-se cada vez mais frequente no cenário artístico, graças ao 'auxílio luxuoso' das tecnologias.
E ele ainda me diria: " - Eu gostaria de tocar mas nunca investi nisso". Reafirmando sua compreensão de que, investindo no exercício vocal, cumpre seu papel, tornando mais rico e diversificado o naipe de cantores brasileiros, no qual julga serem menos  numerosos os bons timbres de voz masculina.

Carlos Gazineo, Carlinhos Gazineo, ou simplesmente Gazineo, (às vezes também grafado Gazineu) é o nome artístico deste cantor baiano, atualmente aposentado e prestes a completar 69 primaveras em 23/03/2015.
E se você encontrar referência a um cantor de nome Carlos Vicente, inclua-o no rol de apelidos desse artista, que assinou dessa forma o belo LP Cantando Sorrindo, primeiro álbum-solo independente de sua carreira.

O COMEÇO DE UMA IMENSA PAIXÃO PELA MÚSICA

Nascido em Salvador, a 23 de março de 1946, quando se deu conta, Carlinhos  já era um pequeno cantor.
"Já nascí cantando, desde bem pequeno as pessoas me pediam para cantar. Era fã de Cauby Peixoto, Ângela Maria, Dóris Monteiro, Dick Farney e Lúcio Alves. Eram os meus prediletos. Eu cantava esse gênero, mas quando a Bossa Nova chegou eu mergulhei de cabeça, e fazia shows de bossa meio jazzista, com improvisação vocal, e era muito legal."...
Gazineo, sempre sorrindo   
Foto: Acervo do cantor    
..."Eu muito pequeno, morando em Santo Antônio além do Carmo, ficava no quintal do casario em que morava, e eu cantava pra mim mesmo. Mas quando olhava para cima, no 1° andar onde moravam umas senhoras, elas se reuniam para me ouvir cantar sem eu saber, e aplaudiam logo após eu descobrir isso. Eu devia ter uns 5 anos de idade mais ou menos, ou seja o que me levou a cantar foi um talento inato, que eu já devo ter trazido de outra encarnação. Creio." ...
 
..."Minha primeira aparição em público foi aos 14 anos, num programa de calouros da Rádio Sociedade da Bahia, em que eu fui, escondido de meus pais, ninguém sabia de nada. Havia um comunicador chamado Ubaldo Câncio de Carvalho, que me apresentou. Eu cantei Ouça, de Maysa, mas fui gongado, porque eu tremia mais do que cantava."
"Participei também do programa de Pacheco Filho Só para Mulheres, que era transmitido pela Rádio Cultura  da Bahia aos sábados. Tinha um auditório que sempre lotava, e as pessoas em casa ouviam. Era muito legal! Isso eu já fazia paralelamente à TV Itapoan, na época" (*)
Carlos Gazineo na Cidade Maravilhosa
Foto: Facebook de Carlos Gazineo

Anos 1960: ainda menino, Carlos Gazineo começa a cantar na TV Itapoan, canal 5, participando do programa Escada para o Sucesso, conduzido por Nilton Paes. Logo passaria a integrar o “cast” daquela que foi a primeira empresa de televisão da Bahia.
"Na mesma emissora, Jorge Santos e Jorge Randam apresentavam o programa Show dos Novos, e foi nesse programa que eu conheci Gilberto Gil,  talvez em 1961, não lembro exatamente a data." (*)

PREMIAÇÃO EM DIVERSOS FESTIVAIS, CONCURSOS E PROGRAMAS MUSICAIS

1962: Concurso de Rock Ao Vivo - Rádio Cultura da Bahia
…” me inscreveram num festival de rock, na Concha Acústica ... foi Douglas, que depois integraria o Inema Trio. Ele tinha um grupo de rock, no qual ele dançava se apresentava com uma prima, e teve a idéia de me inscrever para cantar um rock onde ele e a prima faziam a coreografia enquanto eu cantava."

   Prêmio Concurso de Rock    
- 24/03/1962
..."Eu cantei Marcianita, sucesso de Sérgio Murilo, um cantor da época, (Sérgio Murilo gravou essa música em 1959/1960) só que eu estava concorrendo com um roqueiro, que era ninguém menos que Raulzito e seus Panteras, (que depois se tornou famosíssimo como Raul Seixas)."
"Eu ganhei como melhor intérprete, e Raul nunca me perdoou. Ele era roqueiro e eu era bossanovista. Acho que ele merecia, mas o público delirou com a minha apresentação, e eu só tinha 16 anos!!! Fui homenageado em Santo Antônio Além do Carmo, onde eu morava, porque toda a vizinhança estava colada no rádio. Quando me anunciaram como vencedor, foi uma festa.  
Isso foi em 1962. Eu ainda tenho a taça de vencedor aqui, bem velhinha com a data." (*)

Inscrição na taça: "Vencedor - Concurso de Rock ao vivo em 24-3-62". Portanto, um dia depois de Carlinhos Gazineo completar 16 anos.

FALANDO SOBRE O CONCURSO DE ROCK E RAULZITO

..."O meu mundo era outro, eu cantava Bossa Nova e MPB. Fiz muitas casas noturnas aqui em Salvador. Cantei na Galeria 13 de Deraldo Lima, na Boate Clock, enfim em várias casas. Lembro que cantei também no programa Big Ben, de Waldir Serrão, e ganhei uma placa de Revelação do Ano, mas não me lembro o porquê disso. O encontro com Raul aqui em Salvador se deu por acaso, por causa daquele Concurso de Rock na Concha Acústica do TCA, em que Douglas me inscreveu, e só. O evento foi promovido e transmitido pela Rádio Cultura da Bahia.  Mais tarde em São Paulo, Raul Seixas já famoso, foi que nós cantamos juntos no programa Clube dos Artistas, de Ayrton Rodrigues. Cantamos abraçados. Ele cantou Gita e eu cantei Liso, Leso e Louco. Fomos apresentados nessa noite por Sérgio Bittencourt, porque Ayrton adoeceu. (*)


BOSSA-NOVA NO INÍCIO


Galeria 13 - Pelourinho
Carlos Gazineo conta que, ao lado de Gilberto Gil, participou do primeiro Show de Bossa Nova realizado na Bahia, mais precisamente na Galeria 13, no Pelourinho, muito antes que o local fosse reformado.
"Era uma Galeria de Arte onde nós nos apresentamos e haviam shows semanais, não tinha nenhum patrocínio. Era tudo por amor à Arte". (*)

(A Galeria 13, de Deraldo Lima, teve início em 1963, e nesse reduto de intelectuais, num ambiente propício às artes, projetaram-se, entre outros, artistas plásticos como Sante Scaldaferri e Juarez Paraíso).

O POETINHA

"Num desses festivais, em que conquistei o  prêmio de melhor intérprete,  é que conheci o Vinícius de Moraes. Ele era jurado, além de Gil e Caetano já famosos na época. Após conhecer o  Vinícius, que insistiu comigo para eu ir cantar no Rio de Janeiro. O Poetinha gostou tanto de mim, a ponto de fazer uma bela canção, vale lembrar, a composição Moça, ainda inédita. Ele me deu essa música num pequeno gravador cassete, eu cantei muito em shows mas nunca ocorreu de gravar. Eu nunca lembrava de gravar." (*)

PRIMEIRAS GRAVAÇÕES NOS ESTÚDIOS JS EM SALVADOR

"A 1° gravação minha eu acho que foi Morte do Amor, com o Inema Trio. Eu não tenho muita certeza, eu gravei muitos Jingles na JS, e acho que é por isso que eu não lembro a primeira gravação.
Na JS Discos eu gravei Retorno e Morte do Amor, ambas de Jocafi. Retorno, eu canto com Sue Saphira, uma cantora da época. Morte do Amor, eu canto com o Inema Trio  As duas músicas estão incluídas no LP do 1° Festival do Samba da Bahia (1967). Gravei ainda, na JS, um compacto duplo com músicas de Batatinha, onde canto também duas faixas." (*)

Morte do Amor - José Carlos Figueiredo (Jocafi) e Alberto dos Santos Pinheiro.
LP Primeiro Festival do Samba na Bahia



Morte do Amor 
Composição: José Carlos Figueiredo / Alberto Pinheiro
Intérpretação:  Carlos Gazineo e Inema Trio

Estou aqui em nome da tristeza
Canto a certeza de que o amor morreu (bis)

E enquanto viveu 
 

A todos se deu
Lutou e sofreu 
 

Ninguém compreendeu
E até esqueceu
 

Cansaço venceu
Por isso é que o amor 
 

Morreu

Num dia cinzento 
 

Sem vida nem vento
No ar sofrimento
 

Sequer um lamento
Um só pensamento 
 

De vida ou alento
No dia que que o amor 

Morreu
(Refrão)
Não havia espanto nem de dor um canto
Pra provar num pranto quanto o amor valeu
Não tinha Maria nem o amor queria
Que Maria visse quando ele morreu
(Refrão)
E agora o meu canto 
 

Perdeu todo encanto
É só de tristeza 
 

 até a tristeza
Ficou com certeza 

Mais triste depois que o amor   
Morreu

Morte do Amor 
Solista: Carlos Gazineo 
Acompanhamento vocal: Inema Trio (Toninho, Douglas e Expedito) 
Arranjo: Carlos Lacerda.
Aliás, já reconhecido como intérprete, o jovem Carlos Gazineo seria um dos principais responsáveis pela divulgação da música emergente de José Carlos Figueiredo - Jocafi, gravando suas músicas, antes que o compositor formasse a dupla com Antonio Carlos Pinto, seu concorrente musical. Ambos concorreram e venceram em diversos festivais, na época.

VÔO A LUA: UM DESASTRE MUSICAL

1969 (Maio): Carlos Gazineo coloca voz em duas composições de Batatinha, incluídas no Compacto Duplo Batatinha & Companhia Ilimitada, da JS Discos. Chorinho Fuga ou Desengano e Vôo a Lua, a única música que Gazineo amarga o arrependimento de ter gravado.
Compacto duplo JS com composições de
Oscar da Penha, o Batatinha.
FAIXAS:
1. Diplomacia / Só Eu Sei (Batatinha / J. Luna) - Inema Trio
2. Vôo a Lua (Batatinha) - Carlos Gazineo
3. Não Suje o Meu Caixão (Panela / Garrafão) - Antonio Moreira
4. Chorinho Fuga ou Desengano (Batatinha / Cid Seixas) - Carlos Gazineo

..."Vôo a Lua, de Batatinha, foi a pior coisa que eu fiz. Carlos Lacerda foi o culpado. Vôo a Lua, me fizeram engolir, sem nenhum arranjo, apenas um piano muito mal tocado por Lacerda, que inclusive nem ensaiou. Eu disse que aquela música não tinha nada a ver comigo... um péssimo arranjo e nenhum ensaio.
Pra você ter uma idéia, na hora de gravar, eu ainda não sabia a música, e quando Lacerda chegou no estúdio, sentou no piano tocou de qualquer maneira e eu "cantei", quer dizer, improvisei o que veio na minha cabeça. Eu não conhecia a música. Batatinha apenas me ensinou, cantando pra mim, algumas poucas vezes.
Eu escondi essa gravação, o que pude, mas alguém (acho que foi Cid Seixas) me provocou, subindo para o YouTube."
(*)
Seja como for, Vôo a Lua é uma bela composição de Batatinha, e afinal, um registro pode até ficar esquecido, mas não pode ser apagado. Principalmente por ser a memória viva das primeiras  gravações musicais na Bahia. 


1969: I FESTIVAL NORDESTINO DA MÚSICA POPULAR

Carlos Gazineo interpretou a composição Moinho de Vento, (Mário César Nascimento Britto) que foi premiada com a 3ª classificação, na final do I Festival Nordestino de Música Popular.
No LP das 12 finalistas do festival, a voz de Carlos Gazineo divide a interpretação com o cantor baiano José Emmanoel. Mas quem de fato interpretou a canção no palco com Carlinhos, foi Mário César, o próprio compositor. A regência da orquestra estava a cargo do maestro baiano Carlos Lacerda.

I Festival Nordestino da Música Popular
Finalíssima: 23 de agosto de 1969, no Teatro do Parque - Recife.
Vencedoras:
1º lugar: Poema do Amor Sem Luz (Cussy de Almeida e Reinaldo de Oliveira)
2º lugar: Bai, Bai, Baião (Rodger Rogério e José (Dedé) Evangelista)
2º lugar: Poema do Chapeuzinho Vermelho (Alcyvando Luz e Jairo Simões)
(As duas composições dividiram o 2º lugar como empate)
3º lugar: Moinho de Vento (Mário César Nascimento Britto)            

MOINHO DE VENTO
LP  do I Festival Nordestino da Música Popular - Gravadora Rozenblit - Selo Mocambo
Lado A
Faixa 3. Moinho de Vento  (Mário César Nascimento Britto)
Moinho de Vento
Composição: Mário César Nascimento Britto
Interpretação: Carlos Gazineo e José Emmanoel

Moinho de vento
Passo aqui neste momento
Onde a vida é mais menina
Jogo rima, jogo sina
Jogo tudo num clarão

No sentimento busco vida
Vejo o ouro
Ligeiro, não perco tempo
Se apanho duas rosas
Uma é bala, outra é perdão

Mas quem vem lá (Sou de amor, venho só)
Onde Você vai  (Vou no fundo do olhar, jogar certeza no tempo, amar)
Eu, de mim
Certeza no mundo, no fim
Sorrindo vou
Avanço e venço

Moinho de vento
Venho, trago vinho e trigo
Deixo a lua, deixo o amigo
Procuro seguro abrigo
Limpo a vista pra olhar
Moço, menino
Divisei no seu semblante
Um traço de dor profundo
Quem procura os bens do mundo
Nunca pára de andar

Onde você vai? (Sigo o rumo do mar)
O que vai fazer? (Tenho um outro a ganhar, senhor)
Eu, enfim, (Se eu corro é pra não parar)
Procuro no mundo a mim
E o bem querer
Avanço e venço

Seu canto é cansado, o meu não
Não vou carregando ilusão
A sorte não jogo no chão
Moinho de vento
Eu já fui, já busquei
E encontrei  pra dar
Pois olhei no caminho
E faltava mar
Tanta dor que vi
Parei
Então, adeus companheiro, amigo
Outra vez espero cruzar contigo
Viva o mundo no qual me fundo, vou

GAZINEO E OS COMPACTOS NA ODEON

1973/1974: contratado pela gravadora Odeon, Carlos Gazineo grava a música Liso, Leso e Louco, (Antonio Carlos & Jocafi) que permaneceria nas paradas de sucessos em todo o Brasil por mais de 26 semanas. O sucesso dessa música, viria a torná-lo um cantor reconhecido, pelo menos  naquela época.
A primeira versão de Liso, Leso e Louco saiu em compacto simples, junto com Falsa Cabrocha (Luis Berimbau). Gazineo despontava como "sambista" no cast da gravadora Odeon, através desse compacto, no qual o cantor ainda contou com a ajuda dos conterrâneos Antonio Carlos e Jocafi, na produção musical.

"Berimbau era um compositor que eu gostava muito, e por isso resolvi gravar também a Falsa Cabrocha.  Cantei muita coisa dele em Festivais e também em shows. Falsa Cabrocha é uma gravação Odeon com um lindo arranjo de José Briamonte, e orquestra." (*)

Carlos Gazineo gravou, ainda, de Luis Berimbau:  Fogo Aceso, e Falsa Moral. Também dele é a música Malvadez, que tinha sido gravada por Dóris Monteiro, e entrou na reedição do primeiro LP de Carlos Gazineo, que foi renomeado Pétala.

Vejamos um pouco como a crítica se referiu ao cantor, nas palavras do jornalista e crítico Aramis Millarch:
..."Em seu último suplemento de 1973, em termos de recenseamento crítico já incluído para o período 1974, a Odeon colocou nas lojas (...) também um punhado de bons compactos simples, aos quais nos reportamos hoje.(...)  Gazineo é o nome de um novo sambista que aparece com o Compacto Simples Falsa Cabrocha (música de Berimbau) e Liso, Leso e Louco, de Antônio Carlos-Jocafi"... (Aramis Millarch, artigo publicado em 19 de janeiro de 1974).

E o próprio Carlos Gazineo:
"Tem uma gravação minha na Odeon chamada Desacerto. É linda. Desacerto é de um compacto da Odeon gravado em 1974. O arranjo é de José Briamonte. 
Tem Antes Ele do que Eu, de Paulinho Soares. Tem também a música In-lê-In- Lá, de Ederaldo Gentil e Anísio Felix, que é de outro compacto Odeon.  
Lancei também o compositor paulista Filó Machado, pela Odeon, com um samba que eu gravei chamado Dona Sinhá, e que seria a  primeira música dele a ser gravada em disco, no meu segundo compacto simples .
Ao todo, gravei três compactos simples e um duplo pela Odeon." (*)

Carlos Gazineo
Foto: Facebook de Carlos Gazineo
Carlos Gazineo – Dona Sinhá / Desacerto
Compacto simples Odeon – S7B-765 - 1974


Lado A:    Dona Sinhá (Filó)
Lado B:    Desacerto (Antonio Carlos & Jocafi)


SÓ SUCESSOS

Em seguida, e devido ao sucesso de Liso, Leso e Louco, que atravessou o continente e foi fazer sucesso lá fora, a Odeon incluiria essa faixa no LP coletânea Só Sucessos Vol. 12.
Liso, Leso e Louco e também Falsa Cabrocha, frequentaram todas as paradas de sucessos do Brasil, além de ecoar em alguns países da América do Sul e na África Portuguesa, Moçambique e Angola nos anos 70.

LP Só Sucessos - Vol. 12 (1974) Coronado/EMI-Odeon SC 10021


(Artistas Diversos)
Faixas:
1. Arrasta A Sandália (Roberto Corrêa / Jon Lemos) - Trio Esperança
2. Porta Aberta (Luiz Ayrão) - Luiz Ayrão
3. Tristeza Pé No Chão (Armando Fernandes "Mamão") - Clara Nunes
4. Sentimentos (Mijinha) - Paulinho da Viola

5. Liso, Leso e Louco (Antônio Carlos Pinto / Jocafi) - Gazineo

6. Baianeiro (Armando Fernandes "Mamão") - Nadinho da Ilha
7. A Voz do Coração (Paulinho Soares) - Paulinho Soares
8. Seus Olhos Falam Por Você (Zé Maria / Robson) - Evinha
9. Maria das Dores (Paulo Diniz / Odibar) - Paulo Diniz
10. Do Jeito Que O Rei Mandou (João Nogueira / Zé Catimba) -
João Nogueira
11. Maria Mariazinha (Aloísio Ventura)
- Franko Xavier
12. O Mundo Melhor de Pixinguinha (Pizindin) (Portela - Samba-enredo 1974)
    (Jair Amorim / Evaldo Gouveia / Velha) - Silvinho do Pandeiro


Liso, Leso e Louco 
Composição: Antônio Carlos Pinto/Jocafi
Interpretação: Gazineo

"O Liso, Leso e Louco saiu em compacto simples, só depois que se tornou Sucesso é que eles lançaram o LP Só Sucessos 12. Eu fiz um teste de gravação na Odeon de São Paulo, e imediatamente ao chegar aos ouvidos de Milton Miranda, no Rio, que era diretor artístico, eu fui contratado. E já despontei como uma promessa. Não houve nada além disso. Eu acertei tudo com Antonio Carlos e Jocafi para produzirem pra mim, e eles foram."


Compacto Odeon – S7B-830 - 1975
(Nesta apresentação, consta somente o Lado B do Compacto)

Lado A - Antes Ele Do Que Eu - Samba composto por Paulinho Soares e gravado por Carlos Gazineo, antecipando-se até mesmo à interpretação de Beth Carvalho (LP Mundo Melhor - RCA Victor/1976) e de vários outros, incluindo a do próprio compositor, em 1978 (LP Continental).

Lado B - In Lê In Lá (Ederaldo Gentil/Anísio Félix)
Mais uma vez Carlos Gazineo sai na frente, já que o compositor Ederaldo Gentil só viria a registrar essa música na faixa 01 do LP Pequenino (Gravadora Chantecler/1976).
Essa composição homenageia o cinquentenário de Iyalorixá de Menininha de Gantois.


"O teste que eu fiz na Odeon, foi o que me levou a ser contratado. Modéstia à parte,  sem o meu talento, Milton Miranda, nem ouviria. Ninguém ajuda ninguém nessa carreira, tudo depende de talento, e sorte.
Eu quis sair da Odeon, em virtude da síndrome do pânico. Eu já estava gravando o meu 1° LP, deixei pela metade e vim para Salvador. Eu estava muito prestigiado dentro da gravadora..."

"Entendo que o nome de Antonio Carlos e Jocafi na época ajudou, só que o trabalho de divulgação foi todo da Odeon."

"Mas eu não quero mais voltar a cantar naquele nível de Rio-São Paulo, os bastidores são nojentos, muita competitividade, e loucura! Tem panelinhas, pesadas." (*)

OUTROS PROGRAMAS DE TELEVISÃO

"Ainda No início da carreira, fiz par romântico com Maria Creuza na TV Itapoan, em um programa local onde nós cantávamos o que queríamos, acompanhados por um violonista chamado J. Rocha." 
(...)
“Eu frequentava a casa de Elis Regina em São Paulo; cantei em muitos programas de âmbito Nacional, como Clube dos Artistas e Almoço com as Estrelas, na Tupi, além do Programa Hebe Camargo.  Fiz o Sílvio Santos, que era da Globo de São Paulo na época e lancei lá a música Liso, Leso e Louco, que foi o meu sucesso nacional em 1973." (*)


FLÁVIO CAVALCANTI E A GAFE COM A TAL"MÚSICA INÉDITA"

"Convidado pelo comunicador Flávio Cavalcanti para lançar, no seu programa na TV Tupi do Rio de Janeiro uma música inédita de Caetano Veloso, cantei o Sol Negro de Caetano, mas na verdade eu  me equivoquei, porque Maria Bethânia já havia gravado essa composição. (Foi Danuza Leão quem me chamou atenção, depois do programa). Eu achava  que era inédita e o Flávio fez essa chamada várias vezes para todo o Brasil, mas acho que ninguém notou nada. Só Danuza, que conhecia a gravação." (*)

(A música Sol Negro, de Caetano Veloso, foi gravada em 1973 por Maria Bethânia e Gal Costa, no álbum Canto Aberto).
 
"FOI POR MEDO DE AVIÃO"...

"Recebí convites para cantar no Canadá, e em Los Angeles, mas rejeitei por medo de avião. Uma empresária esteve vendo uma apresentação minha, me convidou para fazer Bossa Nova numa boate de New York chamada "Blue Note", e eu de novo rejeitei, sempre pelo medo de avião, só consigo viajar de avião no máximo 3 horas, não mais que isso." (*)

Natural, para uma pessoa que convive com a síndrome do pânico. Aliás, outro famoso Carlos (o maestro Carlos Lacerda), também da Bahia, esquivou-se a vida toda de muitos convites semelhantes, porque não queria de afastar de sua terra. O uísque era uma ferramenta quase obrigatória quando tinha que viajar de avião.


1981 - DESTAQUE NO SOM DO BIG BEN

Troféu de 1981 - 
Som do Big Ben  

Em 1981, Carlos Gazineo é agraciado com o Troféu concedido aos destaques na participação durante o Programa Som do Big Ben, de Waldir Serrão, realizado na TV Itapoan.
Inscrição da placa:
"Troféu Poupança Baneb
Ao Destaque de 1981
Programa Som do Big Ben
TV Itapoan Canal 5"
A foto a seguir, pertence ao acervo do guitarrista e produtor Maurício Almeida. Nela podemos ver Carlos Gazineo, (vestindo uma bata exótica) acompanhado de Waldir Serrão, Terry Winter, João Só, Oswaldo Nunes (?) e do próprio Maurício. Datada de "anos 60", a foto é um bom registro, feito por ocasião de um show com a participação dos músicos na cidade de Vitória da Conquista-BA.
Mauricio Almeida & Amigos -
Show no Restaurante Taquara

Foto: Flickr de Maurício Almeida
1984: CANTANDO SORRINDO
De volta à atividade musical e ao disco, Carlos Gazineo traz a público um LP com 10 faixas, apresentando músicas de Tom Jobim, Djavan e Humberto Teixeira. O repertório inclui também alguns dos melhores compositores baianos: Dubinha Alvim, Luis Berimbau e Luis Gazineo (Lula Gazineu, irmão do cantor).
 
"Esse LP tem uma estória longa, eu mudei de nome, saiu como Carlos Vicente, porque eu não queria mais vínculo com Carlos Gazineo que já era um nome conhecido, e eu estava em plena síndrome do pânico e não queria me expor, depois mais tarde acabei transformando esse LP em CD, aí sim como Carlos Gazineo, e tendo como participação especial, a amiga Dóris Monteiro em 4 musicas: Carolina, (Chico Buarque) Eu e a Brisa (Johnny Alf), Geraldinos e Arquibaldos (Gonzaguinha) e Malvadez (Luis Berimbau)." (*)

CANTANDO SORRINDO
(1984) Independente 803.064
Carlos Vicente (Codinome de Carlos Gazineo)
Músico Convidado: Guilherme Dias Gomes
LP Carlos Vicente - Cantando Sorrindo
"Foi esse o LP que eu gravei em 1984 no Rio de Janeiro, e mudei o nome para não ser reconhecido. Estava em plena crise de pânico." 

Dedicatória escrita pelo autor na capa do disco para o cantor Emílio Santiago:
"Para o amigo Emílio Santiago, com forte abraço de quem muito lhe admira. Carlos Vicente Gazineo 6 - 1 - 91"  (06 de janeiro de 1991)



Cantando Sorrindo (Dubinha Alvim / Antônio João)
Faixas:
1. Tem Dó
    (Dubinha Alvim)
2. Cantando Sorrindo
    (Dubinha Alvim / Antônio João)
3. Falsa Moral
    (Berimbau / Bentana)
4. Kalu
    (Humberto Teixeira)
5. Pétala
    (Djavan)
6. Deixa Que a Gente Faz
    (Alberto Paiva)
7. Desencontro
    (Dubinha Alvim / Antônio João)
8. O Povo Pediu
    (Luis Gazineo / Henrique Barreiros)
9. Fogo Aceso
    (Tito Madi / Berimbau)
10. Ana Luiza
    (Tom Jobim)

"O LP Carlos Vicente teve os arranjos e Regência de Perna Fróes, foi gravado no Rio de Janeiro em 1984, no Estúdio de Chico Batera. Esse LP é lindo! Nesse disco os arranjos são primorosos."  (*)


Tem Dó (Dubinha Alvim)

"Eu estive na casa de Ricardo Cravo Albin, numa festa de final de ano, e lá me disseram que ele tinha pesquisado coisas minhas na Odeon, mas eu nunca procurei saber da veracidade disso. 
O Museu da Imagem e do Som me pediu um exemplar do LP Carlos Vicente, e eu mandei. 
Concorri ao prêmio Chiquinha Gonzaga, do melhor disco "Independente" do ano, mas não ganhei, soube apenas que tivemos uma boa classificação, e tudo passava por ele." (*)


2001: Carlos Gazineo participa do projeto Terça da Boa Música, apresentando-se no teatro do ACBEU com a cantora Dóris Monteiro, com quem já havia feito vários shows musicais. Essa apresentação foi coroada de sucesso.
Carlos Gazineo e Dóris Monteiro: grandes amigos
Foto: Acervo Pessoal Carlos Gazineo
PÉTALA
CD Independente, produzido a partir dos fonogramas de Cantando Sorrindo e agregando a participação especial da cantora Dóris Monteiro.


 



"A capa do CD
Pétala, que é esse com Dóris, a capa é totalmente diferente. A idéia de fazer a inserção de faixas de Dóris, é que ela vinha fazendo shows comigo em teatro, e surgiu a idéia do CD. Aí ela me falou de 4 faixas dela em compactos Odeon que nunca foram executadas em rádio, e eu poderia colocar. O CD Pétala foi um lançamento Independente, para os amigos que prestigiavam os nossos shows."

Carlos Gazineo e Dóris Monteiro
Foto: Acervo Pessoal Carlos Gazineo

CANTANDO BOLEROS
Carlos Gazineu Canta As Mais Românticas de Antonio Carlos E Jocafi - CD Independente
CD com repertório de boleros
Faixas:
1. Laura (Antonio Carlos & Jocafi)
2. Dois Corações (Antonio Carlos & Jocafi)
3. Eterna Presença (Lula Gazineu / Capinan)
4. Dois Faróis (Antonio Carlos & Jocafi)
5. Coisas do Amor (Antonio Carlos & Jocafi)
6. Clone (Antonio Carlos & Jocafi)
7. Meu Fantasma (Antonio Carlos & Jocafi)
8. Cauda de Cometa (Antonio Carlos & Jocafi)
9. Timidez (Antonio Carlos & Jocafi)
10. Quero Mais Amor (Antonio Carlos & Jocafi)
11. Palavra Lavra (Lula Gazineu / Marco Valença)

Depois de muitos anos de atividade musical, em que cantou principalmente um repertório de MPB, assumindo um perfil acentuadamente bossa nova, Carlos Gazineo produz um disco de boleros, com canções de Antonio Carlos e Jocafi, inovando assim em sua carreira.
A propósito, essas músicas foram compostas para intérprete, elas não foram gravadas pela dupla. A. Carlos & Jocafi já não gravam há mais de 10 anos...

"O CD dos boleros, foi que Antonio Carlos me mandou os arranjos para eu gravar o CD, aí eu banquei o estúdio, já que os playbacks estavam prontos, gravei e anexei duas canções de Lula Gazineu, cujos arranjos foram feitos pelo próprio. Eu adoro a Eterna Presença, acho que gravei muito bem. E a Palavra Lavra é dele e de Marco Valença, um compositor do Rio de Janeiro."




..."Eles (Antonio Carlos e Jocafi) fizeram os boleros para um outro cantor, que não conseguiu gravar bem, aí eles pensaram em mim, e adoraram as gravações. A música Quero mais  Amor, eu detestei e disse a Antonio Carlos que não gravaria. Eu não queria gravar de jeito nenhum. Eu não gosto dessa música. Coisas do Amor, eu gosto muito, gosto de quase todas. Esse CD foi gravado se não me engano em 2002." (*)
Mas Carlos Gazineo não cumpriu a ameaça e gravou Quero Mais Amor, como sempre emprestando à faixa todo o seu talento de intérprete. 

 Coisas do Amor - Antonio Carlos & Jocafi

O material de divulgação do CD, assim como matéria na mídia, sinalizam que oficialmente o lançamento do CD de boleros ocorreu somente em 2005.

2005 (Janeiro): Lançamento oficial do CD Carlos Gazineo Canta As Mais Românticas de Antonio Carlos & Jocafi, promovendo shows durante todo o mês, às sextas-feiras, no Café-Teatro Sesi, (Rio Vermelho) com as músicas do novo CD, além de outras canções do repertório da MPB.

2005 (21-04) -  Matéria no jornal Correio da Bahia:
"Boleros para selar amizade
O cantor baiano Carlos Gazineu lança disco com canções românticas  de Antonio Carlos e Jocafi" 

ALGUMAS PRESENÇAS...

Helio e Lula Gazineu
Foto: Facebook de Lula Gazineu
 "Tenho dois irmãos que fazem música, Hélio Gazineo e Lula Gazineu, ambos violonistas, e tocam com vários artistas, além de terem um grupo de chorinho chamado Grupo Mandaia. Mas o Gazineu de Lula é com "u", é nome artístico, e ele preferiu colocar assim."  

Bem Brasileiro É... Lula Gazineu - N/D CD Independente S/N
Faixa 1 - Palavra Lavra (Lula Gazineu / Marco Valença)
Participação: Carlos Gazineo





ESPICHA VERÃO (PROJETO PRAIA 24 HS.)
Bahiatursa 27/02/2010 -
Espicha Verão - Carlos Gazineo

Foto: João Ramos

Bahiatursa 27/02/2010 -
Espicha Verão - Carlos Gazineo

Foto: João Ramos
COM MARINA LIMA
Noite de Autógrafos com Marina Lima e lançamento do seu livro Maneira de Ser, Editora Língua Geral - 08 de novembro de 2014, na Saraiva do Shopping Iguatemi em Salvador.
"Carlos Gazineu, um dos precursores da bossa nova da Bahia, também fez questão de cumprimentar a companheira de estrada."
"Adorei ter sido convidado a conhecer a cantora Marina Lima. Ela é de fato uma pessoa muito simpática, e batemos um papo legal. A foto foi de Márcio Borges, um grande amigo nosso. Carlos Gazineo."  - 15/11/14.

Carlos Gazineo e Marina Lima:
o autógrafo e o abraço da autora.

Foto: Márcio Borges
SAMBA NUNCA É DEMAIS
CD Samba Nunca é Demais - 2008
Projeto Gráfico e Diagramação: Rosa Brasil
CD Samba Nunca é Demais - Márcio Valverde / Luciano Caroso / Carlos Colavolpe.
Faixa 03 - A Saudade Quando Dói no Peito


A Saudade Quando Dói no Peito
Márcio Valverde / Luciano Caroso / Carlos Colavolpe

Palavras de Carlos Gazineo, em comentário aos autores:
"Eu me sinto profundamente honrado pelo convite do Luciano Caroso para participar do seu CD, e nessa faixa "A saudade dói no peito", que eu canto, eu sentí uma identificação "de cara". Assim que ouvi, eu falei para Luciano se eu poderia gravar ela,  já que ele me mandou umas 5 músicas e todas muito boas. Só agora eu estou ouvindo o CD todinho, e estou adorando todas as músicas. Luciano, Colavolpe, e Márcio Valverde, parabéns pelo CD, e desejo muito sucesso a todos nós, e eu digo nós, porque eu também estou cantando nesse lindo trabalho. Que bom! Carlinhos Gazineo" - 22 de outubro de 2010




APAGUE ESSA LUZ

Apague Essa Luz
(Adslan Corrêa / Josias Gaudêncio)





CD Cama de Voz Convida
(Cama de Voz e Carlos Gazineo cantam Apague Essa Luz)
Faixa 05 - Apague Essa Luz (Adslan Corrêa/Josias Gaudêncio)
Participação Especial: Carlos Gazineo
Violão: Helio Gazineo e Bráulio Barral



Carlos Gazineo, em comentário aos membros do grupo:
"Eu adorei gravar esse samba, é muito bonito, adorei o arranjo, a sonoridade do CD, e é claro o Cama de Voz, cantando comigo, todos os que ouviram até agora só elogiaram o Apague essa Luz, se tocar no rádio, vai acontecer. O Cama de Voz é ótimo. Tomara gravem outro CD e me convidem novamente. Abração."


Carlos e Hélio Gazineo,
com o Grupo Cama de Voz

Foto: remontagem - RLC
Cantando Sorrindo
 

FONTES:


(*) Carlos Vicente Gazineo, em depoimentos ao autor, entre janeiro e fevereiro de 2015.
http://www.memoriamusical.com.br/pesquisa/detalheDisco.asp?iidMidia=14390
http://www.memoriamusical.com.br/pesquisa/detalheDisco.asp?iidMidia=24908
http://www.rubbergard.jp/blog/4986
http://www.millarch.org/artigo/musica-38
http://luciano.caroso.com.br/samba-nunca-e-demais/
https://www.flickr.com/photos/rbrosabrasil/5712794557/in/set-72157626579913353
https://www.flickr.com/photos/espichaverao2010/4393353588/in/photolist-7Ge5XN-7Ge5XE-7Ge5Y7-7Ge5XC-jKD5q1 
https://www.flickr.com/photos/milucca701/4049957875/in/photolist-9Fx1Nh-7aT6nV
http://www.saraivaconteudo.com.br/Blogs/Post/48838

Comentários

  1. Maravilha, Um belo resgate da história musical na Bahia e belo e merecida homenagem à Carlinhos. Parabéns. Gilka Bandeir

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    1. Obrigado, Gilka Bandeira. Carlinhos está aposentado como professor, mas não deveria aposentar a voz musical. Quem sabe com essa postagem ocorra um "renascimento" da sua carreira artística. As pessoas devem lhe cobrar e os mercados culturais devem lhe abrir o devido espaço. Não é só a memória musical da Bahia, é a memória dele que vai se perdendo, como pude perceber ao longo dos depoimentos. Carlos Gazineo vive! Sua voz é uma dádiva.

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  2. Fiquei profundamente emocionado com esses comentários. Carlos Gazineo

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  3. Parabéns pela trajetória e a citação do meu nome como violonista, em algumas participações.

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  4. Olá, ainda não li tudo mas já deu pra perceber que é uma pesquisa exaustiva, completa sobre o cantor. Muito bom , parabéns por esse trabalho. Gostaria de ouvir músicas do disco Pétalas no qual Doris participa, aliás, a ultima vez que vi Gazineu cantando foi em um show de Doris e Lúcio Alves no TCA em que ele fez uma participação.
    Abraços e parabéns.

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